Acompanhando o crescimento da civilização chinesa, o Kung Fu fundiu-se e misturou-se à rica e sofisticada cultura do país. Seria impossível separar a História das artes marciais chinesas dos acontecimentos históricos daquele país, pois caminham lado a lado e confundem-se nas sombras do tempo. O Kung Fu faz parte da cultura mais antiga viva até hoje e praticá-lo significa também resgatar alguns mistérios do passado. Além disso, considera-se inviável manter um contato com essa arte marcial sem que o praticante tenha um entendimento elementar dos costumes, cultura e visão que influenciaram as técnicas de combate chinesas.

Longe de ser somente um meio de defesa, muito menos um método de condicionamento,  o Kung Fu é uma arte que mescla um acúmulo de 5.000 anos de conhecimentos relacionados à ciência, arte, cultura, folclore e conseqüentemente uma metalurgia e tecnologia militar extremamente evoluída para a época. Obviamente que – por ser um método eficiente de técnicas de combate – essa arte marcial foi responsável por um dos mais altos índices de derramamento de sangue da história da humanidade.

A guerra é a obra prima do soldado e o soldado chinês foi um dos principais responsáveis para o desenvolvimento do Kung Fu como ele é hoje. Nos tempos modernos, a arte marcial chinesa se moderniza,  adapta-se às necessidades atuais. Os praticantes não precisam se defender contra espadas ou lanças, ou lutar em batalhas sangrentas com armas brancas contra dois ou mais homens, mas a defesa pessoal ainda é exigida e ataques físicos são possíveis e muito comuns na era contemporânea.

Mas o que mais nos atrai nas artes marciais não são só as técnicas de luta, mas o ritual que envolve o aspecto filosófico e disciplinar contidos especialmente no Kung Fu. Hoje ele é o esporte oficial na China e é difundido em todo o país, sendo disseminado para todo o mundo como um dos mais completos métodos de autoconhecimento, aperfeiçoamento e disciplina, resultando em bom condicionamento e técnicas de defesa pessoal.